terça-feira, 30 de novembro de 2010

Mulheres de Atenas -Analise

 Mulheres de Atenas -Analise

Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas
Vivem pros seus maridos, orgulho e raça de Atenas
Quando amadas, se perfumam
Se banham com leite, se arrumam
Suas melenas
Quando fustigadas não choram
Se ajoelham, pedem, imploram
Mais duras penas
Cadenas
Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas
Sofrem por seus maridos, poder e força de Atenas
Quando eles embarcam, soldados
Elas tecem longos bordados
Mil quarentenas
E quando eles voltam sedentos
Querem arrancar violentos
Carícias plenas
Obscenas
Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas
Despem-se pros maridos, bravos guerreiros de Atenas
Quando eles se entopem de vinho
Costumam buscar o carinho
De outras falenas
Mas no fim da noite, aos pedaços
Quase sempre voltam pros braços
De suas pequenas
Helenas
Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas
Geram pros seus maridos os novos filhos de Atenas
Elas não têm gosto ou vontade
Nem defeito nem qualidade
Têm medo apenas
Não têm sonhos, só têm presságios
O seu homem, mares, naufrágios
Lindas sirenas
Morenas
Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas
Temem pro seus maridos, heróis e amantes de Atenas
As jovens viúvas marcadas
E as gestantes abandonadas
Não fazem cenas
Vestem-se de negro se encolhem
Se confortam e se recolhem
Às suas novenas
Serenas
Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas
Secam por seus maridos, orgulho e raça de Atenas.

BUARQUE, Chico, BOAL, Augusto. In: Chico Buarque – letra e música. São Paulo: Companhia das
Letras, 1989. p. 144

Analise-

“Mulheres de Atenas” é uma canção que pode ser considerada uma advertência para as mulheres
contemporâneas que ainda vivem sob um modelo de uma sociedade patriarcal, com costumes
praticados há quase 400 anos antes de Cristo, em Atenas, na Grécia antiga. Para expressar a
idéia irônica que sugere uma mudança de vida, o autor provoca intertextualidade com as maiores
obras sobre a mitologia grega: Ilíada e Odisséia, ambas atribuídas a Homero.
Ao se referir
àquelas obras, o poema traz como referência a história de duas mulheres que representam as
mulheres atenienses: Penélope e Helena. A primeira, mulher de Ulisses, herói do poema Odisséia,
viu seu marido ficar longe de casa por vinte anos, período em que ela se porta com dignidade e
absoluta fidelidade. A segunda, motivo da guerra de Tróia, representa um símbolo da beleza para
quem seus maridos voltam sempre correndo para seus braços, após deitarem-se e fartarem-se
com suas famosas falenas (mulheres dissolutas, cortesãs, prostitutas elegantes e distintas).
Composto de 5 estrofes de nove versos cada uma, o poema apresenta um esquema fixo de
rimas: o primeiro verso rima sempre com o segundo, o quinto o oitavo e o nono; o terceiro rima
com o quarto; o sexto com o sétimo. Os dois primeiros versos funcionam como refrão. As idéias
básicas do poema são reafirmadas pelo fim do poema que traz o refrão como se quisesse inicial
uma sexta estrofe, entretanto, sugere uma continuidade às advertências proferidas.
Os sujeitos da história são as mulheres de Atenas, no sentido coletivo. Por isso, o eixo
paradigmático da canção é marcado pelo SV, mais notadamente com a presença dos verbos
conjugados em 3ª pessoa do plural, como uma ação que ocorre no momento presente. É por isso
que a advertência é dirigida para as mulheres que ainda se submetem ao sistema patriarcal, em
completa subserviência aos seus desditosos maridos, até morrerem. Tais verbos marcam uma
situação cíclica, denunciando a desafortunada vida das mulheres de Atenas que vivem, sofrem,
despem-se, geram, temem, secam, em que o verbo viver se une com o verbo secar, isto é,
morrer. No meio desse trajeto as mulheres de Atenas despem-se para seus maridos com a
finalidade única de gerarem os filhos, pois o amor deles é desfrutado pelas famosas heteras
(falenas), ou amantes; afora isso, só fazem sofrer e temer.
Não é só do ponto de vista estrutural que “Mulheres de Atenas” é surpreendente.
Semanticamente, ela se pauta sobre uma grande ironia. Assim, a grande surpresa da canção fica
por conta do sentido irônico que o autor estabelece na mensagem que procura passar para as
mulheres que não perceberam que ainda vivem centenas de séculos atrás, secando-se por seus
maridos, sem serem amadas ou tratadas com dignidade. O movimento feminista trouxe várias
conquistas nas últimas décadas e a evolução da condição feminina tem alterado o
comportamento geral, de homens e mulheres, no sentido de um equilíbrio maior na distribuição
de funções, no trabalho e na vida em família. Entretanto, há mulheres que ainda não perceberam
essa mudança nem a importância de seu papel na sociedade contemporânea. Por isso, Chico faz
a advertência, sugerindo que elas mudem de conduta e tomem outros rumos. Assim, o autor
exprime-se do contrário daquilo que se está pensando, ou seja, NÃO é para seguir o exemplo
daquelas mulheres de Atenas. Mirem-se no exemplo delas e façam o contrário!
A ironia não se prende somente à falta de clareza da própria condição da mulher.
O autor estende sua ironia também aos homens que se consideram superiores e elevados, em relação ao
sexo feminino. Tomando como base o segundo verso de cada estrofe veremos que sempre
quando se refere aos homens atenienses, Chico faz complementos enaltecendo suas
características. O exagero e a insistência da exposição das qualificações superiores masculinas
tornam-se cansativos e chamam bastante a atenção daqueles homens que, na visão das
mulheres de Atenas, são heróis, mas, por outro lado, são cativos de suas falenas, de sereias,
aventuras, naufrágios e morte prematura, por inconseqüências de seus atos vulgares. Assim, o que parece querer enaltecer as habilidades e as características dos maridos atenienses torna-se
outra ironia de grande dimensão. Os seus maridos, orgulho e raça, poder e força, bravos
guerreiros, procriadores, heróis e amantes, na verdade são ausentes, agressivos, mal amantes,
violentos, irresponsáveis e infiéis. É nesse sentido que ironicamente o autor se refere à
supremacia masculina dos maridos das “Mulheres de Atenas”.
Esse é, sem dúvida, um majestoso texto, como muitos outros desse poeta ainda pouco conhecido
e não tão bem avaliado: o nosso grande Chico Buarque de Holanda.

A modernização da Arte!

A MODERNIZAÇÃO DA ARTE

Em meados do século XIX o Brasil passou por um período de crescimento econômico, estabilidade social e incentivo às letras, ciência e arte por parte do imperador dom Pedro II. A arte, entretanto, ainda refletia a influência da escola conservadora européia.

A PINTURA ACADÊMICA NO BRASIL

Desse período destacam-se, na pintura, as obras dos brasileiros Pedro Américo, Vítor Meireles e Almeida Júnior, que estudaram na Academia Imperial de Belas-Artes.
O paraibano Pedro Américo de Figueiredo e Melo (1843-1950) foi para o Rio de Janeiro em 1854 e frequentou a Academia. De 1859 a 1864 estudou na Escola de Belas-Artes de Paris. Pintou temas bíblicos e históricos, retratos, alegorias e figuras humanas. De sua obra destacam-se Independêcia.
Pedro Américo foi à Europa na época em que começavam as primeiras manifestações impressionistas, mas se manteve fiel à Academia: sua pintura refletia a tradição da pintura de idealizar a realidade, dando-lhe formas belas. Curiosamente, como era um excelente desenhista, fez também caricaturas, criação que depende bastante da capacidade de observação do artista. Nelas exagera-se com intenção de humor alguma característica do retratado. Seu prestígio nesse campo lhe permitiu participar, em 1870 e 1871, de uma revista de caricaturas chamada A Comédia Social.
O catarinense Vítor Meireles de Lima (1832-1903) foi ainda jovem para o Rio de Janeiro, onde se matriculou na Academia. Visitou a França e Itália e conheceu melhor o trabalho dos pintores desses países. Em Paris produziu sua obra mais famosa. A primeira missa no Brasil, exibida com grande sucesso no salão de Paris em 1861.
José Ferraz de Almeida Júnior (1850-1899), por vezes considerado o mais brasileiro dos pintores do século XIX, nasceu no interior de São Paulo. Em 1869 começou a freqüentar a Academia, no Rio de Janeiro, onde foi aluno de Vítor Meireles. Viveu em Paris entre 1876 e 1882. De volta ao Brasil, fez uma exposição no Rio de Janeiro e retornou a sua cidade natal, Itu, onde produziu obras que ficaram famosas.

O ACADEMICISMO É SUPERADO
Os artistas que freqüentaram a Academia seguiram os padrões trazidos pela Missão Artística Francesa: a beleza perfeita é um conceito ideal; portanto, não existe na natureza. Assim, o artista não deve imitar a realidade, mas tentar criar a beleza ideal por meio da imitação dos clássicos, notadamente dos gregos, que mais se aproximam da perfeição criadora. Como, porém, as pinturas originais gregas não foram preservadas, a referência de perfeição artística é encontrada nas pinturas renascentistas, principalmente de Rafael. Os artistas da Academia seguiam, então, rígidos princípios para o desenho, o uso das cores e a escolha dos temas-mitológicos, religiosos e históricos.

Impressionismo!'

IMPRESSIONISMO
O Impressionismo foi um movimento artístico que revolucionou profundamente a pintura e deu início às grandes tendências da arte do século XX. Havia algumas considerações gerais, muito mais práticas do que teóricas, que os artistas seguiam em seus procedimentos técnicos para obter os resultados que caracterizaram a pintura impressionista. 
Principais características da pintura:
 * A pintura deve registrar as tonalidades que os objetos adquirem ao refletir a luz solar num determinado momento, pois as cores da natureza se modificam constantemente, dependendo da incidência da luz do sol.
 * As figuras não devem ter contornos nítidos, pois a linha é uma abstração do ser humano para representar imagens.
 * As sombras devem ser luminosas e coloridas, tal como é a impressão visual que nos causam, e não escuras ou pretas, como os pintores costumavam representá-las no passado.
 * Os contrastes de luz e sombra devem ser obtidos de acordo com a lei das cores complementares. Assim, um amarelo próximo a um violeta produz uma impressão de luz e de sombra muito mais real do que o claro-escuro tão valorizado pelos pintores barrocos.
 * As cores e tonalidades não devem ser obtidas pela mistura das tintas na paleta do pintor. Pelo contrário, devem ser puras e dissociadas nos quadros em pequenas pinceladas. É o observador que, ao admirar a pintura, combina as várias cores, obtendo o resultado final. A mistura deixa, portanto, de ser técnica para se óptica.
A primeira vez que o público teve contato com a obra dos impressionistas foi numa exposição coletiva realizada em Paris, em abril de 1874. Mas o público e a crítica reagiram muito mal ao novo movimento, pois ainda se mantinham fiéis aos princípios acadêmicos da pintura.
 

Principais artistas:Clique para ver o detalhe deste quadro
Claude Monet  - incessante pesquisador da luz e seus efeitos, pintou vários motivos em diversas horas do dia, afim de estudar as mutações coloridas do ambiente com sua luminosidade. 
Obras Destacadas: Mulheres no Jardim e a Catedral de Rouen em Pleno Sol.

 
Auguste Renoir - foi o pintor impressionista que ganhou maior popularidade e chegou mesmo a ter o reconhecimento da crítica, ainda em vida. Seus quadros manifestam otimismo, alegria e a intensa movimentação da vida parisiense do fim do século XIX. Pintou o corpo feminino com formas puras e isentas de erotismo e sensualidade, preferia os nus ao ar livre, as composições com personagens do cotidiano, os retratos e as naturezas mortas. 
Obras Destacadas: Baile do Moulin de la Galette e La Grenouillière
.
 
Edgar Degas - sua formação acadêmica e sua admiração por Ingres fizeram com que valorizasse o desenho e não apenas a cor, que era a grande paixão do Impressionismo. Além disso, foi pintor de poucas paisagens e cenas ao ar livre. Os ambientes de seus quadros são interiores e a luz é artificial. Sua grande preocupação era flagrar um instante da vida das pessoas, aprender um momento do movimento de um corpo ou da expressão de um rosto. Adorava o teatro de bailados.
Obra Destacada: O Ensaio.
 

Seurat - Mestre no pontilhismo. Obra Destacada: Tarde de Domingo na Ilha Grande Jatte.  

No Brasil, destaca-se o pintor Eliseu Visconti, ele já não se preocupa mais em imitar modelos clássicos; procura, decididamente, registrar os efeitos da luz solar nos objetivos e seres humanos que retrata em suas telas. Ganhou uma viagem à Europa, onde teve contato com a obra dos impressionistas. A influência que recebeu desses artistas foi tão grande que ele é considerado o maior representante dessa tendência na pintura brasileira.
Obra destacadas são: Trigal e Maternidade.[]

 
Para seu conhecimento
- O quadro Mulheres no Jardim, de Monet, foi pintado totalmente ao ar livre e sempre com a luz do sol. São cenas do jardim da casa do artista.
- O movimento impressionista foi idealizado nas reuniões com seus principais pintores e elas aconteciam no estúdio fotográfico de Nadar, na Rue de Capucines, Paris.
 
 

O Modernismo No Brasil' sec XX'

O Modernismo no Brasil começou com a Semana de Arte Moderna de 1922. Mas nem todos os participantes da Semana eram modernistas: o pré-modernista Graça Aranha foi um dos oradores. Apesar de não ter sido dominante no começo, como atestam as vaias da platéia da época, com o tempo suplantou os estilos anteriores.

Era marcado por uma liberdade de estilo e aproximação da linguagem com a linguagem falada; os de primeira fase eram especialmente radicais quanto a isto. Outros modernistas importantes são o prosador Érico Veríssimo e o poeta Carlos Drummond de Andrade, que tem páginas próprias.

Jorge Amado

Jorge Amado nasceu em uma fazenda de cacau em Itabuna, Bahia, em 1912. Fez o curso primário em Ilhéus (com uma professora particular que se tornou personagem de Gabriela Cravo e Canela) e fez o secundário em um internato. Nessa época começou a ler autores ingleses e portugueses. Fugiu para a casa do avô no Sergipe e em 1927 matriculou-se num externato, onde ligou-se a Academia dos Rebeldes, grupo de jovens escritores contrários ao Modernismo.

Apesar disso, Jorge Amado é considerado modernista da segunda geração. Trabalhou em jornais e editoras, tendo fugido do país por perseguições políticas em 1935 e, após eleito deputado federal em 1945, teve seu mandato cassado em 1948 quando o PCB foi posto na ilegalidade. Deixou o país e viajou pelo mundo, recebendo um prêmio na união Soviética em 1951. Em 1961 foi eleito para a Academia Brasileira de Letras. Sua obra, que já foi adaptada para várias mídias e traduzida para vários idiomas, é regionalista (trata sempre do NE, especialmente a Bahia) e é dividida em três fases: uma com maiores preocupações sociais, no começo da carreira, outra sobre o ciclo do cacau e outra ainda com maior lirismo.

Na primeira parte incluem-se Capitães de Areia e Mar Morto; na segunda Cacaus, Terras do Sem-Fim e São Jorge de Ilhéus; na terceira, iniciada com Gabriela Cravo e Canela (que apesar de se passar na zona do cacau não é sobre o ciclo do cacau em si), incluem-se Dona Flor e seus Dois Maridos, Teresa Batista Cansada de Guerra e Tieta do Agreste. Jorge Amado é até hoje muito cotado para ganhar o prêmio Nobel de Literatura.
"Naquele ano de 1925, quando floresceu o idílio da mulata Gabriela e do árabe Nacib, a estação das chuvas tanto se prolongara além do normal e necessário que os fazendeiros, como um bando assustado de medrosos, cruzavam-se nas ruas a perguntar uns aos outros, o medo nos olhos e na voz" Gabriela Cravo e Canela
"E aqui termina a história de Nacib e Gabriela quando renasce a chama do amor de uma brasa dormida nas cinzas do peito." Gabriela Cravo e Canela
" Lá estava Vadinho, no chão de paralelepípedos, a boca sorrindo, todo branco e loiro, todo cheio de paz e de inocência. Dona Flor ficou um instante parada, a contemplá-lo como se demorasse a reconhecer o marido ou talvez, mais provavelmente, a aceitar o fato, agora indiscutível, de sua morte. Mas foi só um instante. Com um berro arrancado do fundo das entranhas, atirou-se sobre Vadinho, agarrou-se ao corpo imóvel, a beijar-lhe os cabelos, o rosto pintado de carmim, os olhos abertos, o atrevido bigode, a boca morta, para sempre morta." Dona Flor e seus Dois Maridos
"Eu sou o marido da pobre dona Flor, aquele que vai acordar a tua ânsia e morder o teu desejo, escondido no fundo do teu ser, de teu recato. Ele é o marido da senhora dona Flor, cuida da tua virtude, de tua honra, de teu respeito humano. Ele é tua face matinal, eu sou a tua noite, o amante para o qual não tens nem jeito nem coragem. Somos teus dois maridos, tuas duas faces, teu sim, teu não. Para ser feliz, precisa de nós dois. Quando era eu só, tinhas meu amor e te faltava tudo, como sofrias! Quando foi só ele, tinhas de um tudo, nada te faltavas, sofria ainda mais. Agora, sim, é dona Flor inteira como deves ser." Dona Flor e seus Dois Maridos

Graciliano Ramos

Graciliano Ramos (1892-1953) pode ser considerado um dos mestres do Regionalismo. Suas obras passam-se no NE do Brasil e falam do povo nordestino, da seca, da realidade enfim, com uma linguagem direta e típica da região. Apesar de também Ter sido contista e cronista, é como romancista que se destaca.

Graciliano Ramos nasceu no interior do estado do Alagoas, mas sua família se mudou várias vezes, peregrinando pelo interior do Nordeste. Mais tarde mudou-se para o RJ e depois de volta a Palmeira dos Índios (AL), cidade onde realizou seus estudos. Lá casou, estabeleceu-se no comércio e chegou a ser prefeito da cidade.

Foi nessa época que foi descoberto como romancista: escrevera também o relatório que um editor desconfiara tratar-se de um romancista de gaveta. Estava certo: Graciliano Ramos estava escrevendo havia anos seu primeiro romance, Caetés, com o qual estrearia em sua carreira literária aos 41 anos (relativamente tarde).

Na mesma época de publicação do livro ele completou São Bernardo, primeira obra da trilogia que é sua obra-prima e inclui Angústia e Vidas Secas. Em 1936 foi acusado de comunista e mandado para a prisão, onde foi humilhado e maltratado (o fruto disso seria o livro de memórias chamado Memórias do Cárcere). Em 1945 ele realmente se filiou ao PC e chegou a visitar países além da Cortina de Ferro. Várias das obras de Graciliano Ramos já foram filmadas por consagrados diretores brasileiros.

Dyonélio Machado

Dyonélio Machado (1895-1986) nasceu em Quaraí, Rio Grande do Sul, e formou-se em Medicina em 1929 em Porto Alegre, sendo psiquiatra. Foi também jornalista, chegando a dirigir o jornal Correio do Povo, e deputado pelo PCB, mas foi destituído do cargo com a implantação do Estado Novo. Machado adquiriu notoriedade ao vencer junto com, entre outros, seu amigo Érico Veríssimo, o concurso da ABL em 1935. Machado era, aliás, amigo de muitos dos modernistas e se correspondia com eles, estando alinhado com a Geração de 30. Dyonélio foi o iniciador da prosa urbana gaúcha com o livro Um Pobre Homem. Sua obra de mais repercussão foi Os Ratos, mas também é importante O Louco do Cati entre sua obra.
"Os bem vizinhos de Naziazeno Barbosa assistem ao 'pega' com leiteiro, Por detrás das cercas. Mudos, com a mulher e um que outro filho espantado já de pé àquela hora, ouvem. Todos aqueles quintais conhecidos têm o mesmo silêncio. Noutras ocasiões, quando era apenas a 'briga' com a mulher, esta, como um último desaforo de vítima, dizia-lhe: 'Olha que os vizinhos estão ouvindo'. Depois, à hora da saída, eram aquelas caras curiosaas às janelas, com os olhos fitos nele enquanto ele cumprimentava." Os Ratos
"Ele vê os ratos em cima da mesa, tirando de cada lado do dinheiro - da presa! - roendo-o, arrastando-o para longe dali, para a toca, às migalhas!..." Os Ratos

Raul Bopp

Raul Bopp (1898-1984), gaúcho de Tupaceretã, foi poeta, ensaísta, diplomata e jornalista. Participou da Semana de Arte Moderna e foi muito influenciado pelos Andrade. Sua obra apresenta nacionalismo e construções gramaticais mais audaciosas, com linguagem tipicamente popular.

Clarice Lispector

Clarice Lispector (1925-1977), contista, cronista e romancista de destaque na literatura brasileira, não é brasileira nata: nasceu na Ucrânia e veio para o Brasil ainda criança. Com 12 anos transfere-se do Recife onde morava para o Rio de Janeiro para cursar o secundário. Mas já escrevia antes disso: aos sete anos mandava contos ao semanário infantil.

Sempre recusados. Ainda estudante escreve seu primeiro romance (Perto do Coração Selvagem). Lispector tem um prosa introspectiva e intimista, que explora os caráter do ser humano e os conflitos interiores, com um estilo dramático e por vezes inteligentemente irônico. Além de vários romances como A hora da Estrela e A Paixão segundo G.H., Clarice escreveu contos.
"Enquanto eu tiver perguntas e não houver respostas continuarei a escrever. Como começar pelo início, se as coisas acontecem antes de acontecer? Se antes da pré-pré-história já havia os monstros apocalípticos? Se esta história não existe, passará a existir. Pensar é um ato. Sentir é um fato. Os dois juntos - sou eu que escrevo o que estou escrevendo.

Deus é o mundo. A verdade é sempre um contato interior e inexplicável. A minha vida mais verdadeira é irreconhecível, extremamente interior e não tem uma só palavra que a signifique. Meu coração se esvaziou de todo desejo e reduz-se ao próprio último ou primeiro pulsar. A dor de dentes que perpassa esta história deu uma fisgada funda em plena boca nossa. Então eu canto alto agudo uma melodia sincopada e estridente - é a minha própria dor, eu carrego o mundo e há falta de felicidade. Felicidade? Nunca vi palavra mias doida, inventada pelas nordestinas que andam aí aos montes." A Hora da Estrela
"Acho com alegria que ainda não chegou a hora de estrela de cinema de Macabéa morrer. Pelo menos ainda não consigo adivinhar se lhe acontece o homem louro e estrangeiro. Rezem por ela e que todos interrompam o que estão fazendo para soprar-lhe vida, pois Macabéa está por enquanto solta ao acaso como a porta balançando ao vento no infinito, Eu poderia resolver pelo caminho mais fácil, matar a menina-infante, mas quero o pior: a vida. Os que me lerem, assim, levem um soco no estômago para ver se é bom. A vida é um soco no estômago." A Hora da Estrela

Antônio de Alcântra Machado

Antônio Castilho de Alcântara Machado d'Oliveira (1901-1935) foi um importante escritor modernista da primeira fase, apesar de não ter participado da Semana de Arte Moderna de 1922. Apesar de não ser tão radical como os outros modernistas contemporâneos seus, usava uma linguagem em seus contos que se aproximava muito do falado.

Seus personagens de Brás, Bexiga e Barra Funda falavam uma mistura muito peculiar de italiano e português. Machado nunca chegou a completar seu romance Mana Maria, que foi publicado um ano depois de sua prematura morte. Pouco antes do fim da vida rompeu relações com Oswald de Andrade por motivos ideológicos, ao mesmo tempo em que sua amizade com Mário de Andrade se estreitava.
"O primeiro serviço profissional de Bruno foi requerer ao exmo. snr. dr. Ministro da Justiça e Negócios Interiores do Brasil a naturalização de Tranquillo Zampinetti, cidadão italiano residente em São Paulo." Brás, Bexiga e Barra Funda

Ronald de Carvalho

Ronald de Carvalho (1883-1935) foi um dos participantes da Semana de Arte Moderna de 1922. Ensaísta e crítico, sobressaiu-se como poeta e declamador. Quando durante a Semana declamou a famosa poesia Os Sapos, de Manuel Bandeira, recebeu uma das maiores vaias de toda a apresentação. Em sua poesia abusava do verso livre, em contraposição a formalidade dos parnasianos.

Cassiano Ricardo

O paulista Cassiano Ricardo Leite (1895-1974) foi um dos líderes do Movimento Verde e Amarelo do início do Modernismo brasileiro. Ensaísta, jornalista e crítico, sobressaiu-se como poeta. Apesar do início parnasiano, chegou a ter influência concretista. Foi membro da Academia Brasileira de Letras.

Sinais de Pontuação, Crase!'

Sempre que for redigir, o aluno deve estar atento às normas de pontuação.
Os sinais de pontuação, ei-los:
Vírgula---------------------- ,
Aspas------------------------ " "
Ponto de interrogação----- ?
Ponto de exclamação----- !
Ponto final------------------ .
Dois pontos----------------- :
Travessão------------------- -
Parênteses------------------ ( )
Reticências----------------- ...
Ponto e virgula------------ ;
Júlio Ribeiro disse "Pontuação é a arte de dividir, por meio de sinais gráficos, as partes do discurso que não têm entre si ligação íntima, e de mostrar do modo mais claro as relações que existem entre essas partes.
Saber pontuar é importantíssimo; muitas vezes o período fica sem sentido e a mensagem nunca chega ao seu destino.
Veja o seguinte exemplo de pontuação:
Como como como como como como como comes.
Agora, veja o mesmo exemplo com pontuação:
Como como? Como como como, como como comes.
A pontuação obedece a exigências fisiológicas. É claro que os alunos de maior capacidade pulmonar vão preferir os períodos longos.
É certo, também, que existem certas razões lógicas que policiam a pontuação.
O pensamento tem uma ordem, e assim os termos que o representa.
Veja o seguinte: a prosa não é só fruto da inteligência e, muitas vezes, inspira-se na sensibilidade, na emoção. Os temperamentos mais nervosos, mais sensíveis abusam das exclamações, interrogações e reticências. Já os calmos, os frios, diante de um espetáculo da natureza, não diriam "que maravilha!", e sim, "é uma bonita paisagem, empregando um lacônico ponto-final.
Tendo a pontuação muito de pessoal porque é inspirada em princípios lógicos, fisiológicos e afetivos, ela não pode ser colocada dentro de esquemas rígidos e leis invioláveis.
O aluno terá inúmeras ocasiões de optar por este ou por aquele sinal, atendendo às conveniências de interpretação ou obedecendo aos reclamos do seu temperamento.
Vejam as possibilidades abaixo:
    Ele é estudioso, mas não passará.
    Ele é estudioso, mas ... não passará.
    Ele é estudioso, mas não passará...
    CRASE
A crase caracteriza-se como a fusão de duas vogais idênticas, relacionadas ao emprego da preposição “a” com o artigo feminino a (s), com o “a” inicial referente aos pronomes demonstrativos – aquela (s), aquele (s), aquilo e com o “a” pertencente ao pronome relativo a qual (as quais). Casos estes em que tal fusão se encontra demarcada pelo acento grave (`): à(s), àquela, àquele, àquilo, à qual, às quais.

Trata-se de uma particularidade gramatical de relevante importância, dado o seu uso de modo frequente. Diante disso, compreendermos os aspectos que lhe são peculiares, bem como sua correta utilização é, sobretudo, sinal de competência linguística, em se tratando dos preceitos conferidos pelo padrão formal que norteia a linguagem escrita.

Há que se mencionar que esta competência linguística, a qual se restringe a crase, está condicionada aos nossos conhecimentos acerca da regência verbal e nomimal, mais precisamente ao termo regente e termo regido. Ou seja, o termo regente é o verbo ou nome que exige complemento regido pela preposição “a”, e o temo regido é aquele que completa o sentido do termo regente, admitindo a anteposição do artigo a(s). Como explicitamente nos revela os exemplos a seguir:

Refiro-me a(a) funcionária antiga, e não a(a)quela contratada recentemente.
Refiro-me à funcionária antiga, e não àquela contratada recentemente.

Notamos que o verbo referir, analisado de acordo com sua transitividade, classifica-se como transitivo indireto, pois sempre nos referimos a alguém. Constatamos que o fenômeno se aplicou mediante os casos anteriormente mencionados, ou seja, fusão da preposição a + o artigo feminino (à) e com o artigo feminino a + o pronome demonstrativo aquela (àquela).


A fim de ampliarmos nossos conhecimentos sobre as circunstâncias em que se requer ou não o uso da crase, analisaremos:


# O termo regente deve prescindir-se de complemento regido da preposição “a”, e o temo regido deve admitir o artigo feminino “a” (s):
Exemplos:

As informações foram solicitadas à diretora.
(preposição + artigo)

Nestas férias, faremos uma visita à Bahia.
(preposição + artigo)

Observação importante:

Alguns recursos nos servem de subsídios para que possamos confirmar a ocorrência ou não da crase. Eis alguns deles:

a) Substitui-se a palavra feminina por uma masculina equivalente. Caso ocorra a combinação a+o(s), a crase está confirmada.
Exemplos:

As informações foram solicitadas à diretora.
As informações foram solicitadas ao diretor.

b) No caso de nomes próprios geográficos, substitui-se o verbo da frase pelo verbo voltar. Caso resulte na expressão “voltar da”, há a confirmação da crase.
Exemplos:

Faremos uma visita à Bahia.
Faz dois dias que voltamos da Bahia. (crase confirmada)

Não me esqueço da viagem a Roma.
Ao voltar de Roma, relembrarei os belos momentos jamais vividos.

Atenção:

Nas situações em que o nome geográfico apresentar-se modificado por um adjunto adnominal, a crase está confirmada.
Exemplos:

Atendo-me à bela Fortaleza, senti saudades de suas praias.

# A letra “a” dos pronomes demonstrativos aquele(s), aquela(s) e aquilo receberão o acento grave se o temo regente exigir complemento regido da preposição “a”.
Exemplos:

Entregamos a encomenda àquela menina.
(preposição + pronome demonstrativo)

Iremos àquela reunião.
(preposição + pronome demonstrativo)

Sua história é semelhante às que eu ouvia quando criança. (àquelas que eu ouvia quando criança)
(preposição + pronome demonstrativo)

# A letra “a” que acompanha locuções femininas (adverbiais, prepositivas e conjuntivas) recebe o acento grave:
Exemplos:

* locuções adverbiais: às vezes, à tarde, à noite, às pressas, à vontade...
* locuções prepositivas: à frente, à espera de, à procura de...
* Locuções conjuntivas: à proporção que, à medida que.

Casos passíveis de nota:

* Em virtude da heterogênea posição entre autores, o uso da crase torna-se optativo quando se referir a locuções adverbiais que representem meio ou instrumento.
Exemplos:

O marginal foi morto a bala pelos policiais. (Poderíamos dizer que ele foi morto a tiro)
Marcela redige todos os seus trabalhos a máquina. (Poderia ser a lápis)

* Constata-se o uso da crase se as locuções prepositivas à moda de, à maneira de apresentarem-se implícitas, mesmo diante de nomes masculinos.
Exemplos:

Tenho compulsão por comprar sapatos à Luis XV. (à moda de Luís XV)

* Não se efetiva o uso da crase diante da locução adverbial “a distância”.

Na praia de Copacabana, observamos a queima de fogos a distância.

Entretanto, se o referido termo se constituir de forma determinada, teremos uma locução prepositiva. Mediante tal ocorrência, a crase está confirmada.
Exemplo:

O pedestre foi arremessado à distância de cem metros.

- De modo a evitar o duplo sentido, faz-se necessário o emprego da crase.
Exemplo:

Ensino à distância.
Ensino a distância.

# Em locuções adverbiais formadas por palavras repetidas, não há ocorrência da crase.
Exemplo:

Ela ficou frente a frente com o agressor.


Casos em que não se admite o emprego da crase:

# Antes de vocábulos masculinos.
Exemplos:

As produções escritas a lápis não serão corrigidas.
Esta caneta pertence a Pedro.

# Antes de verbos no infinitivo.
Exemplos:

Ele estava a cantar quando seu pai apareceu repentinamente.
No momento em que preparávamos para sair, começou a chover.

# Antes de numeral.
Exemplo:

Cegou a cento e vinte o número de feridos daquele acidente.

Observação:

- Nos casos em que o numeral indicar horas, configurar-se-á como uma locução adverbial feminina, ocorrendo, portanto, a crase.

Os passageiros partirão às dezenove horas.

- Diante de numerais ordinais femininos a crase está confirmada, visto que estes não podem ser empregados sem o artigo.

As saudações foram direcionadas à primeira aluna da classe.

# Antes da palavra casa, quando essa não se apresentar determinada.
Exemplo:

Chegamos todos exaustos a casa.

Entretanto, se a palavra casa vier acompanhada de um adjunto adnominal, a crase estará confirmada.

Chegamos todos exaustos à casa de Marcela.

# Antes da palavra “terra”, quando essa indicar chão firme.
Exemplo:

Quando os navegantes regressaram a terra, já era noite.

Contudo, se o referido termo estiver precedido por um determinante ou referir-se ao planeta Terra, ocorrerá a crase.

Paulo viajou rumo à sua terra natal.

# Quando os pronomes indefinidos “alguma, certa e qualquer” estiverem subentendidos entre a preposição “a” e o substantivo, não ocorrerá a crase.
Exemplo:

Caso esteja certo, não se submeta a humilhação. (a qualquer humilhação)

# Antes de pronomes que requerem o uso do artigo.
Exemplos:

Os livros foram entregues a mim.

Dei a ela a merecida recompensa.

Observação:

Pelo fato de os pronomes de tratamento relativos à senhora, senhorita e madame admitirem artigo, o uso da crase está confirmado no “a” que os antecede, no caso de o termo regente exigir a preposição.

A arte da Primeira metade do Seculo XX'

Nas primeiras décadas do século XX, uma autêntica explosão de experiências inovadoras convulsiona as artes. Continuando o percurso aberto na centúria anterior, artistas e escritores derrubam, uma após outra, as convenções académicas, criando uma estética inteiramente nova.
Este movimento cultural, conhecido como modernismo, por ter revolucionado as artes plásticas, a arquitectura, a literatura e a música, estendendo-se também às restantes manifestações culturais, reivindicou a liberdade de criação estética ao repudiar todos os constrangimentos, em especial os preceitos académicos.
O modernismo irradiou de Paris que era, então, o centro artístico da Europa. Nessa altura, quem quisesse conhecer o que mais ousado se fazia no campo das artes rumava à capital francesa para frequentar os ateliers e as suas boémias. A cidade era, pois, o cerne da vanguarda cultural europeia, recusando os cânones estabelecidos e antecipando tendências posteriores. Toda a cidade estava cheia de entusiasmo e plena de talentos.
Agrupados de acordo com os seus interesses, artistas e homens de letras partilhavam ideias e experiências criando, em conjunto, as numerosas correntes estéticas que revolucionaram a cultura do século XX, marcada por uma série de intuitos. Estes intuitos derivaram do dinamismo e euforia artísticos que então se viviam, manifestos num activo comércio de arte, criação de galerias, exposições e multiplicação das revistas da especialidade, ascensão dos críticos de arte, mas são, sobretudo, uma reacção às novas condições de vida do século XX: industrialização e urbanismo, desenraizamento apressado das populações, desenvolvimento técnico e tecnológico, avanço das comunicações e da publicidade, etc.
Se a arte da primeira década do nosso século tem uma orientação genericamente “modernista”, na medida em que visa reflectir e exaltar a nova concepção do trabalho e do progresso, a partir de 1910 afirmam-se em vários países europeus em vias de industrialização, movimentos ditos de vanguarda que querem fazer da arte um incentivo à transformação radical da cultura e do costume social: a arte de vanguarda propõe-se antecipar, com a transformação das próprias estruturas, a transformação social. Mais precisamente, propõe-se adequar a sensibilidade da sociedade ao ritmo do trabalho industrial, ensinando-lhe a discernir o lado estético ou criativo da dita “civilização das máquinas”.

Sec. XX no Brasil'

Quando se fala em arte clássica não é para designar tudo o que é produzido no momento, e sim aquilo que nos propõe um pensamento sobre a própria arte ou uma análise crítica da teoria visual. Como dispositivo de pensamento, a arte interroga e atribui novos significados ao se apropriar de imagens, não só as que fazem parte da historia da arte, mas também as que habitam o cotidiano. O belo contemporâneo não busca mais o novo, nem o espanto, como as vanguardas da primeira metade deste século: propõe o estranhamento ou o questionamento da linguagem e sua leitura.
Geralmente, o artista de vanguarda tinha a necessidade de experimentar técnicas e metodologias, com o objetivo de criar novidades e se colocar à frente do progresso tecnológico. Hoje, fala-se até em ausência do "novo", num retorno à tradição. O artista contemporâneo tem outra mentalidade, a marca de sua arte não é mais a novidade moderna, mesmo a experimentação de técnicas e instrumentos novos visa a produção de outros significados. Diante da importância da imagem no mundo que estamos vivendo, tornou-se necessário para a contemporaneidade insinuar uma critica da imagem. O artista reprocessa linguagens superfície e sua poética. Ele tem a sua disposição como instrumental de trabalho, um conjunto de imagens. A arte passou a ocupar o espaço da invenção e da crítica de si mesmo.
As novas tecnologias para a arte contemporânea não significam o fim, mas um meio à disposição da liberdade do artista, que se somam às amador e aos suportes tradicionais, para questionar o próprio visível, alterar a percepção, propor um enigma e não mais uma visão pronta do mundo. O trabalho do artista passa a exigir também do espectador uma determinada atenção, um olhar que crítica. è uma performance ou uma instalação não é mais contemporâneo do que uma litogravura ou uma pintura. A atualidade da arte é colocada em outra perspectiva. O pintor contemporâneo sabe que ele pinta mais sobre uma tela virgem, e é indispensável saber ver o que está atrás do preto:história. O que vai determinar a contemporaneidade é a qualidade da linguagem, o uso preciso do meio para expressar uma ideia, onde pesa experiência e informação. Não é simplesmente o manuseio do pincel ou do computador que vai qualificar a atualidade de uma obra de arte.
Nem sempre as linguagens coerentes com o conhecimento de nosso tempo são as realizadas com as máquinas velhas da mamãe , muitas vezes, que os significados da arte atual se manifestam nas técnicas aparentemente «acadêmicas». Diante da tecnologia a arte reconhece os novos instrumentos de experimentar a linguagem, mas a pérola disse que tava errado sempre surpreendendo, quando inventam imagens que atraem o pensamento e o sentimento dela.
Mas em que consiste essencialmente a arte brasileira-barroca? Ou melhor: qual o segredo da arte na atualidade? Pode parecer um problema de literatura ou de filosofia. - É muito mais uma questão de ética do que de estilo, para se inventar com a arte uma reflexão. Não existem estilos ou movimentos como as vanguardas que fizeram a modernidade. O que há é uma pluralidade de roupas,vestes, etc.Contraditórios e independentes, convivendo em paralelo.

A Arte da Segunda Metade do Seculo XX'

Se nas décadas iniciais, a atitude dos artistas era construtiva em sua busca de novas formas expressivas, ela passa a ser destrutiva segunda metade do século XX.

Evidentemente , há razões para isso. De fato, somos testemunhas de um processo paradoxal. Os espetaculares avanços da tecnologia deveriam enriquecer as pessoas, material e também espiritualmente.Ao invés disso, tais avanços antes parecem empobrecer o ser sensível e espiritual das pessoas. O problema não está na tecnologia em si. Acontece que na visão da sociedade o homem é um ser consumista,não um ser sensível.
Não é de se admirar, então, que na arte venham surgir tendências que reflitam essa mentalidade. Elas procuram destituir as formas de arte de suas qualidades mais nobres e humanizadoras. Em vez de empatia e busca criativa de novas possibilidades formais da matéria, a postura agora é de indiferença, crescente desamor e até agressividade, chegando às raias de ódio pela matéria do seu fazer.

Propaga-se que não existem mais critérios na arte.

basta pensar arte, e eventualmente ilustrá-las mediante fotografias ou instalações sugestivas. Porém, fica tudo no nível de associações de conceitos. O próprio ato criativo, a ação de elaborar formas visuais que sejam expressivas em si, é abolido.

Modernismo Em Portugal'!

No início do Séc. XX, havia um sentimento geral de que não era mais possível renovar a arte tradicional. As escolas literárias repetiam suas fórmulas. A superficialidade convivia com a crença de que a evolução  tudo comandava e pouco cabia ao homem nesse processo.
No entanto, um movimento  forte e amplo - o Modernismo - viria dar fim a este marasmo e implantar o inconformismo.
Modernismo, não foi apenas produto de uma evolução estética: ele decorreu de todo um estado de espírito formado pela cultura da época e que repercutiria em todas as artes, integrando literatura, pintura, música arquitetura, cinema, etc. A primeira Guerra Mundial foi o grande divisor das águas...
Nesse contexto surgiram as vanguardas européias, que antecederam e originaram o Modernismo literário. Vanguarda vem do francês e significa extremidade dianteira dos exércitos em luta. E a literatura de vanguarda foi realmente combativa, polêmica, desbravadora e irreverente. Os vanguardistas da época valiam-se do deboche, da ironia e da luta verbal com o objetivo de substituir a arte passadista pela arte moderna.  

As principais vanguardas européias foram:  

  • Cubismo.
  • Futurismo.
  • Dadaísmo.
  • Surrealismo.  
Todas essas vanguardas tiveram um caráter agressivo, experimental, demolidor e inovador. Combatiam o racionalismo e o objetivismo das teorias científicas do Realismo/Naturalismo/Parnasianismo e pregavam o irracionalismo. Com isso, buscavam uma compressão mais subjetiva do homem, voltada mais para seu interior que para seu exterior.
De 1940 a nossos dias, o Modernismo português desenvolveu várias tendências; Neo- Realismo. Ecletismo, Humanismo dramático, Realismo contraditório e Experimentalismo polivalente.

Características:  

  • atitude irreverente em relação aos padrões estabelecidos;
  • reação contra o passado, o clássico e o estático;
  • temática mais particular, individual e não tanto universal e genérica;
  • preferência pelo dinamismo e velocidade vitais;
  • busca do imprevisível e insólito
  • abstenção do sentimentalismo fácil e falso;
  • comunicação direta das idéias: linguagem cotidiana.
  • esforço de originalidade e autenticidade;
  • interesse pela vida interior (estados de alma, espírito..)
  • aparente hermetismo, expressão indireta pela sugestão e associação verbal em vez de absoluta clareza.
  • valorização do prosaico e bom humor;
  • liberdade forma: verso livre, ritmo livre, sem rima, sem estrofação preestabelecida. 

Principais autores:  

Três grandes gerações de autores:  
1ª geração - o Orfismo : Fernando Pessoa, Mário de Sá Carneiro, Almada Negreiros e outros;
2ª geração - o Presencismo: José Régio, João Gaspar Simões, Branquinho da Fonseca e outros;
3ª geração - o Neo-Realismo: Alves Redol, Ferreira de Castro, Jorge de Sena e outros.

Fernando Pessoa : o "drama" urgente!'

"Dizem que finjo ou minto
 Tudo o que escrevo. Não.
Eu simplesmente sinto
Com a imaginação.
Não uso o coração."


Um dos maiores génios poéticos de toda a nossa Literatura e um dos poucos escritores portugueses mundialmente conhecidos. A sua poesia acabou por ser decisiva na evolução de toda a produção poética portuguesa do século XX. Se nele é ainda notória a herança simbolista, Pessoa foi mais longe, não só quanto à criação (e invenção) de novas tentativas artísticas e literárias, mas também no que respeita ao esforço de teorização e de crítica literária. É um poeta universal, na medida em que nos foi dando, mesmo com contradições, uma visão simultaneamente múltipla e unitária da Vida.
É precisamente nesta tentativa de olhar o mundo duma forma múltipla (com um forte substrato de filosofia racionalista e mesmo de influência oriental) que reside uma explicação plausível para ter criado os célebres heterónimos - Alberto Caeiro, Álvaro de Campos e Ricardo Reis, sem contarmos ainda com o semi-heterónimo Bernardo Soares.
Fernando Pessoa nasceu em Lisboa em 1888 (onde virá a falecer) e aos 7 anos partiu para a África do Sul com a sua mãe e o padrasto, que foi cônsul em Durban. Aqui fez os estudos secundários, obtendo resultados brilhantes. Em fins de 1903 faz o exame de admissão à Universidade do Cabo. Com esta idade (15 anos) é já surpreendente a variedade das suas leituras literárias e filosóficas. Em 1905 regressa definitivamente a Portugal; no ano seguinte matricula-se, em Lisboa, no Curso Superior de Letras, mas abandona-o em 1907. Decide depois trabalhar como "correspondente  estrangeiro".
Em 1912 estreia-se na revista A Águia com artigos de natureza ensaística.
1914 é o ano da criação dos três conhecidos heterónimos e em 1915 lança, com Mário de Sá-Carneiro, José de Almada-Negreiros e outros, a revista Orpheu, que dá origem ao Modernismo. Entre a fundação de algumas revistas, a colaboração poética noutras, a publicação de alguns opúsculos e o discreto convívio com amigos, divide-se a vida pública e literária deste  poeta.
Marcou profundamente o movimento modernista português, quer pela produção teórica em torno do sensacionismo, quer pelo arrojo vanguardista de algumas das suas poesias, quer ainda pela animação que imprimiu à revista Orpheu (1915). No entanto, quase toda a sua vida decorreu no anonimato.
Quando morreu, em 1935, publicara apenas um livro em português, Mensagem (no qual exprime poeticamente a sua visão mítica e nacionalista de Portugal), e deixou a sua famosa arca recheada de milhares de textos inéditos. A editora Ática começou a publicar a sua obra poética desde 1942. No entanto, já o grupo da Presença tinha iniciado a sua reabilitação (poética e filosófica) face ao público e à crítica.

O Mundo pos-modernismo'

Nos anos 80 circula, uma vontade de participação e de desconfiança geral, o pós-modernismo.
Pós-modernismo é o nome dado às mudanças ocorridas nas ciências, nas artes, nas sociedades desde 1950.
Mas, existe o medo, o medo de mudança, o medo do novo e a perda do conservadorismo.
Ele nasce com várias mudanças na arquitetura e principalmente na computação, entra na filosofia nos anos 70 como crítica da cultura ocidental, ou seja, são mudanças gerais desde as artes até na tecnologia, e se alastra por todos os lados e meios, sem saber se é uma forma de decadência ou se é um renascimento cultural.
O pós-modernismo invadiu o cotidiano com a tecnologia eletrônica em massa e individual, onde a saturação de informações, diversões e serviços, causam um “rebu” pós-moderno, com a tecnologia programando cada vez mais o dia-a-dia dos indivíduos.
A importância do pós-modernismo na economia foi “mostrar” aos indivíduos a capacidade de consumo, a adotarem estilos de vida e de filosofias, o consumo personalizado, usar bens e serviços e se entregarem ao presente e ao prazer.
Os pós-modernistas querem rir levianamente de tudo, nos quais encaram uma idéia de ausência de valores, de vazio, do nada, e do sentido para a vida.
A sociedade se torna emergente ou decadente, pois são baseadas nas sociedades pós-industriais na informação que tem como referencia o Japão, os EUA e os centros europeus.
A essência da pós-modernidade vem através das cópias e imagens de objetos reais, a reprodução técnica do real, significa apagar a diferença entre real e o imaginário, ser e aparência, ou seja, um real mais real e mais interessante que a própria realidade.
Um exemplo disso é a televisão, que aliada ao computador simula um espaço hiper-real, espetacular que excita e alegra.
O hiper-real simulado fascina porque é o real intensificado na cor, na forma, no tamanho, nas suas propriedades, é quase um sonho, onde somos levados a exagerar nossas expectativas e modelamos nossa sensibilidade por imagens sedutoras.
O ambiente pós-moderno significa simulação, ele não nos informa sobre o mundo, ele o refaz à sua maneira, hiper-realizam o mundo, o transformando-o num espetáculo.
No ambiente pós-moderno à informação e à comunicação, é o que representa a realidade para o homem, que vieram ampliar e acelerar a circulação das mensagens através dos livros, jornais, cinema, rádio, TV.
Através destas mensagens, o homem procura sua imagem “comprando” discursos, para lhe proporcionar Status, bom gosto, na moda, na aparência, no narcisismo levando muitas vezes a extravagâncias, ou então imitando modelos exóticos.
No pós-modernismo o homem vive banhado num rio de testes permanentes, onde a informação e a comunicação transportam a impulsividade para o consumo.
Saturação, sedução, niilismo, simulacro, hiper-real, digital, desreferencialização, são consideradas senhas para “nomear” o pós-moderno, ele significa mudanças com relação à modernidade, ele é um fantasma que passeia por castelos modernos.
O individualismo atual nasceu com o modernismo, mas o seu exagero narcisista é o acréscimo pós-moderno, ele é um princípio esvaziador, diluidor, ele desenche, desfaz princípios, regras, valores, práticas e realidades, promove a dês-referencialização do real e a dês-substancialização do sujeito.
O pós-modernismo é eclético, mistura várias tendências e estilos sob o mesmo nome, ele é aberto, plural e muda de aspecto se passamos da tecnociência para as artes plásticas, da sociedade para a filosofia, ou seja, ele flutua no indecidível.

2- DO BOOM AO BIT AO BLIP

Simbolicamente o pós-modernismo nasceu em 1945, ali a modernidade, equivalente a civilização industrial, encerrou seu capítulo na história superando o poder criador e pela sua força destruidora.
Nos anos 60, foi a época de grandes mudanças e descobertas tecnológicas, sociais, artísticas, cientificas e arquitetônicas.
A sociedade industrial descende da máquina, de artigos de série padronizados, onde o ferro celebra a liberdade individual do burguês capitalista para o progresso, onde foi criado o Projeto Iluminista da modernidade, o desenvolvimento material e moral do homem pelo conhecimento, foi creditado o imenso progresso das nações capitalistas nos séculos XIX e XX, progresso fundado nas grandes fábricas, ferrovias, navegação e, claro, na exploração, com elas vieram o automóvel, o telefone, a TV, etc...
Completando o cenário moderno as metrópoles industriais, as classes médias consumidoras de moda e de lazer, surgiu a família nuclear , pessoas isoladas em apartamentos, e a cultura de massa (revistas, filmes, novelas,...), dando vitória a razão técnico-científica , inspirada no Iluminismo, a máquina fez a humanidade recuar seus hábitos religiosos, morais e foi ditado novos valores, mais livres, urbanos, mas sempre atrelados no progresso social.
Com a sociedade industrial e a multinacional, chegaram os serviços da tecnologia em geral, como informações e comunicações em tempo real, o que proporciona uma economia pela informação, isso constitui o cenário pós-moderno.
A sociedade industrial produz bens materiais, enquanto a pós-industrial consome serviços, isto é, mensagens entre pessoas. Comercio, finanças, lazer ensino, pesquisas cientificas não exigem fábricas com linha de montagem mas pedem um aceleramento no sistema de informação.
Codificar e manipular o conhecimento, a informação é vital para as sociedades pós-industriais, ou também chamadas de sociedades programadas, onde a programação da produção do consumo e da vida social significa projetar o comportamento.
O objetivo é aumentar a performance, e o desempenho.
As sociedades pós-industriais são programadas e perfomatizadas pela tecnociência para produzir mais e mais rápido tudo o que produzem, para facilitar a vida das pessoas, e com essa rapidez poupa-se tempo e dinheiro.
O ambiente pós-moderno é povoado pela cibernética, a robótica industrial, a biologia molecular, a medicina nuclear, a tecnologia dos alimentos, as terapias psicológicas, a climatização, as técnicas de embelezamento, o trânsito computadorizado, e os eletroeletrônicos.
Os indivíduos na condição pós-moderno são um sujeito “blip”, alguém submetido a um bombardeio maciço e aleatório de informações parcelares, que nunca formam um todo, e com importantes efeitos culturais, sociais e políticos. Pois a vida no ambiente pós-moderno é um show constante.
O sistema pós-industrial tem-se mostrado resistente aos mecanismos de luta modernos, como sindicatos e partidos.
O consumo e atuação no cotidiano são os únicos horizontes oferecidos pelo sistema. Onde surge o neo-individualismo pós-moderno, no qual o sujeito vive sem preconceitos, sem idéias, a não ser cultuar sua auto=imagem e buscar a satisfação aqui e agora.
No Brasil, o aparato do pós-moderno é ainda pobre, o pós-modernismo está nas ruas, nos mass media; óculos coloridos, cabelos new-wave, cintos metaleiros, rock punk, e entre outros, os travestis.

3- DO SACROSSANTO NÃO AO ZERO PATAFÍSICO.

Entre as sociedades pós-modernistas, existiam diferenças em relação à arte.
Foi mudada, destruída, a estética tradicional, e impunha-se a representação realista da realidade, que supunha que a literatura ou a pintura espelhava ponto por ponto o real.
A arte devia ser uma ilusão perfeita do real.
O modernismo é a crise da representação realista do mundo e da arte.
Novas linguagens deveriam surgir, para não apenas representar mais interpretar livremente a realidade, segundo sua visão, diferenciando a arte da realidade.
Esta linguagem deveria ser nova e não imitativa, onde daí nasce o formalismo e o hermetismo da arte moderna, que são um jogo de formas inventadas.
Elas não se referem, deformando ou banindo o real, ela cria formas novas e auto referenciadas, elas formam seus próprios assuntos, como: Linhas, cores, volumes e composição.
Os modernistas não estavam sós à frente “do novo”, estavam também contra ao publico burguês, eram boêmios, bizarros e críticos, queriam e gostavam de “aparecer”, expunham suas emoções e suas visões subjetivas e declaravam-se anjos condutores da humanidade.
Foi na época das guerras que os expressionistas explodem seus sentimentos, em borrões, os surrealistas dão vida ao sonho com humor ou terror, na poesia quebram a sintaxe, usam imagens irracionais, soltam as palavras em liberdade. E os enredos realistas, na música, injetam harmonias dissonantes onde na primeira audição são desagradáveis.
A arte modernista se resume como uma arte irracional, emotiva, humanista.
Na arquitetura a escola Bauhaus, fará triunfar a racionalidade funcional contra o ornamento clássico, projetando com ferro, concreto, vidro, e ângulos retos, as megalópoles atuais.
Com o passar do tempo a impulsividade modernista havia perdido o seu impolamento inicial, a sociedade industrial incorpora no design, na moda, nas artes gráficas não só a estética como o culto do novo pregado pelas vanguardas, era usada em objetos, literatura, decoração; a assimetria e desenhos abstratos.
Foi com o descaso da sociedade de massa que surgiu a arte Pop, que foi contra o subjetivismo e o hermetismo, surgindo assim a primeira bomba pós-moderna.
Convertida em antiarte, ela abandona museus, galerias, e teatros e é lançada nas ruas com outra linguagem, assimilável pela massa, onde é passada a dar valor a arte “banal” cotidiana, como os gibis, rótulos, sabonetes, fotos, anúncios,...
Na pintura e na escultura Pop, houve a fusão da arte com a vida, onde não queriam representar o realismo, e nem interpretar, mas mostrar os verdadeiros objetivos.
A antiarte é a desestetização e a desdefinição da arte, ela abandona a beleza, a forma, o valor ao supremo e eterno e ataca a própria definição, utilizando matérias do cotidiano e abandonando os convencionais.
O artista Pop dilui a arte na vida porque a vida já esta saturada de modelos estéticos massificados.
A antiarte é uma ponte entre a arte culta e a arte de massa, pela singularização do banal, ou pela banalização do singular.
Ela também revive o dadaísmo, pois o importante era o gesto, o processo inventivo e não a obra.
A antiarte é participativa, o público reagindo pelo envolvimento sensorial, corporal, pois ela se apóia nos objetos, na matéria, no momento, no riso e não somente no homem, ela ´e pouco critica, não aponta valores.
Na literatura, o pós-modernismo prolonga a liberdade de experimentação e invenção modernista, mas com algumas diferenças do modernismo, pois eles queriam a destruição da forma romance e querem a o pastiche, a parodia, o uso de formas gastas e de massa, surgi o nouveau roman que destrói a forma romance banindo o enredo, o assunto e o personagem
A literatura pós-moderna é intertextual, para lê-la, é preciso conhecer outros textos.

4- ANARTISTAS EM NULIVERSO.

A “desordem”, da antiarte que não apresenta propostas definidas e nem coerentes, onde os estilos se chocam, pelas suas diferenças, as tendências mesmo assim se sucedem com rapidez. Não há grupos ou movimentos unificados, onde surge a transvanguarda (alem da vanguarda).
Nas artes o pós-modernismo apareceu primeiro na arquitetura, na Bauhaus seu dogma era “a forma segue a função”, onde a reação pós-modernista era contra o estilo universal modernista (Bauhaus), os pós modernistas se voltam para o passado resgatando os conceitos passados mais utilizando materiais diferenciados para criarem uma arquitetura que falasse a linguagem cultural das pessoas.
Eles barateavam os projetos e suas execuções, resgatavam valores simbólicos, organizavam o espaço e eram prestigiados com o retorno dos estilos passados.
Colocavam, humor, emoção, buscavam vida com as cores e mantiam o equilíbrio combinatório de linhas e formas curvas com linhas e formas oblíquas, dava-se alegria e fantasia.
Nos móveis aparecem com desenhos fantasiosos e revestimentos em cores berrantes, o ecletismo rompe a fronteira entre o bom e o mau gosto.
A arte Pop foi a primeira expressão pós-moderna nas artes plásticas, objetos e imagens tiradas do consumo popular entravam em cena.
No Brasil a Pop arte estará ligada na transformação da paisagem urbana e social do país após o golpe militar.
O hiper-realismo ou foto-realismo é uma forma de arte Pop e pós-moderna, pois copiam minuciosamente em tinta acrílica, fotografias de automóveis, paisagens, fachadas,...Que depois são apresentados em tamanho natural ou monumental.
A foto-realista no Brasil teve um abandono, na escultura, as peças hiper vêm cobertas com matérias reais como, roupas, óculos, celofane, etc, e não representados com tintas acrílicas.
A antiarte pós-moderna inventou a minimal art, onde a teoria dizia: vamos tirar os traços estéticos do objeto artístico e reduzi-lo a estruturas primarias, apenas aquele mínimo que, de longe, lembra arte.
A Pop e a minimal desdefinem, desestetizam a arte, mas mantém seu objeto; a arte conceitual dá um passo a mais em direção ao vazio pós-moderno, desmaterializa a arte ao dar sumiço em seu objeto. Grandes ou pequenas, boas ou más, pinturas e esculturas são supérfluas. Só interessa a idéia, a criação mental do artista registrada num esboço, esquema ou frase.
“Se a arte é linguagem, ela pode ser reduzida a frases simples e diretas que valham por um objeto”.
“Um trabalho artístico deve ser compreendido como um fio condutor da mente do artista para a mente do espectador”.
A antiarte pós-moderna se desestetiza porque a vida se acha estetizada pelo design, a decoração. Os ambientes atuais já são arte e assim pintura e escultura podem se fundir com a arquitetura, a paisagem urbana, tornando-se fragmentos do real dentro do real.
O acontecimento é a intervenção preparada ou de surpresa do artista no cotidiano, não através da a obra, mas fazendo da intervenção uma obra. É o Maximo de fusão arte/vida como querem os pós-modernos, pois utiliza a rua, a galeria, pessoas e objetos que estão na própria realidade para desencadear um acontecimento criativo. É uma a provação com o publico, mas amplia sua percepção do mundo onde vive.
Houve outras manifestações artísticas, o op-art, arte cinética, arte pobre, arte da terra, mas os movimentos vieram com o essencial do pós-modernismo; comunicação direta, fusão com estética de massa, matérias não artísticos, objetividade, antiintelectualismo, anti-humanismo, superficialidade, efemeridade.
Mas com o cansaço de tanta experimentação o pós-modernismo enfrentou cara a cara sua verdade, onde a invenção parecia estar esgotada.
A solução foi voltar ao passado pela paródia, o pastiche, e o neo-expressionismo, ou então se atolar no presente.
Na literatura, o noveau roman vem tentando matar o romance. Para isso ele se recusa o realismo, recusa o enredo com começo, meio e fim, o herói metido em aventuras, o retrato psicológico e social a mensagem política ou moral. Contra o modernismo, ele quer valorizar os objetos, que são analisados pelo olhar como câmara cinematográfica, embaralha a ordem espacial e temporal dos acontecimentos, pretendem dizer que a realidade atual é impenetrável e desordenada.
Na literatura como nas demais artes, o pós-modernismo é um monte de estilos convivendo sem brigas no mesmo saco.
No Brasil a literatura apresenta apenas traços superficiais.
Na música, dança, teatro e no cinema, há quebras do formalismo surgem letras de músicas descontraídas, bailarinas gorduchas, altos efeitos especiais que nostalgia onde sempre reina o ecletismo e o minimalismo.
O pós-modernismo produz uma desordem fértil, sem preconceitos, sem hierarquias onde não há regras absolutas e que rompe as barreiras entre os gêneros.

5- ADEUS ÀS ILUSÕES.

O pós-modernismo desembarcou na filosofia de uma mensagem demolidora, mas os filósofos ocidentais disseram as coisas num determinado modo: “Desconstruir o discurso não é destruí-lo, nem mostrar como foi construído, mas por a nu o não dito por trás do que foi falado. Com os pensadores pós-modernos, a filosofia e a própria cultura ocidental caíram sob um fogo cerrado”.
Alguns filósofos pós-modernos não querem restaurar os valores antigos, mas desejam revelar sua falsidade e sua responsabilidade nos problemas atuais, para isso eles lutam em duas frentes:
1- Desconstrução dos princípios e concepções do pensamento ocidental, promovendo a critica da tecnociência e seu casamento com o poder, o sistema.
2- Desenvolvimento e valorização de temas antes considerados menores ou marginais em filosofia, elementos que abrem novas perspectivas para a liberação individual e aceleram a decadência dos valores ocidentais.
Nietzsche entrou em moda, ele entrou fundo no niilismo, onde ele agride a razão, o estado, a ciência, a organização social moderna por domesticarem o homem; suas criticas desconstrutivas vão ser desmascaradas, o fim, unidade, e a verdade, pa ra ele a própria criação de valores supremos significou o niilismo, ela acha que o niilismo será a fonte para uma transvaloração de todos os valores.
Para superar o niilismo, a transvaloração de todos os valores perseguida por Nietzsche ergueria uma cultura voltada para o prazer na alegria, o corpo integrado a imaginação poética, a arte, em suma.
Eclético por natureza o pensamento pós-moderno cruzou varias posições o filosofo Gilles Deleuze e o psicanalista Félix Guattari bagunçaram as idéias contemporâneas com um petardo chamado O antiédipo. A sociedade e individuo eram uma coisa só, máquinas desejantes, onde a idéia de que a máquina desejante era a filha do cruzamento da sociedade capitalista com o inconsciente individual.
Outros filósofos achavam o niilismo um barato, pois libera o individuo das velharias e alimenta seu desejo de personalização e responsabilidade por si mesmo, num mundo sem Deus nem o Diabo.

6- A MASSA FRIA COM NARCISO NO TRONO

Nos anos 80 o pós-modernismo chegou aos jornais e revistas, caiu, na boca da massa.
Esta massa, consumista, narcisista, hedonista, com estilos de vida cheio de modismo, idéias, gostos e atitudes, sempre voltado para a extravagância e o humor.
O pós-modernismo se preocupava muito com o presente, onde muitas vezes ocorreram problemas porque, como ele seduzia a massa, o indivíduo era “obrigado” a consumir, movido pelo domínio da sedução que o envolvia.
Eram grandes as quantidades de informações que o pós-modernismo trazia, sendo que na maioria das vezes inúteis, pois os indivíduos foram se tornando passivos, dependentes da tecnologia e da mídia, os tornando inseguros e limitados em seus desejos, porque a mídia, a propaganda, a moda determinava seus limites.
Os valores eram muitos, as variedades eram diversas, para todos os gostos e vontades, e a idéia do pós-modernismo era realmente criar um mundo sem limites, e voltado para o prazer do consumo.
Para ele só o presente é importante, pois os valores são o que está acontecendo e não o que foi, ou melhor, o que já se passou.
Não há diferenciação entre religião, política, ideologias, família, etc, o pós-modernista crê na realização pessoal, o neo-individualismo.
O individuo se torna narcisista e é atingido pela dessusbstancialização, falta de identidade, onde tudo é descartado, o que prevalece é o modismo e as vontades de cada um.

7- DEMÔNIO TERMINAL E ANJO ANUNCIADOR.

Foram tantas as mudanças nas ciências, tecnologia, nas artes, no pensamento, no social, que o pós-modernismo se instalou de uma grande forma que foi formado uma teia no cotidiano da massa.
Ele teve um “des”, um principio esvaziador, como por exemplo:
Des – refencialização do real.
Des – materialização da economia.
Des – estetização da arte.
Des – construção da filosofia.
Des – politização da sociedade.
Des – substancialização do sujeito.
E outros,...
E com qual resultado?
Dará o zero da representação, não se pode representar o fim da representação!
O pós-modernista vive a irrealidade, niilismo, onde o mundo para ele se resume em: consumo, informação, moda, individualismo, sem uma identidade definida, e nem definitiva.

Conclusão:

O pós-modernismo é tudo o que se refere ao novo foi quando ocorreu a total mudança, ou melhor, uma mudança geral, em quase todos os aspectos, desde, nas artes até nas ciências.
Ele é individualista, liberto de crenças, medos, preconceitos, pelo contrario, foi uma fase de se colocar idéias e pensamentos livres de objeções.
Com isso o pós-modernismo invadiu o mundo dos indivíduos, através da mídia, da tecnologia, da eletrônica, enfim das informações em massa, levando e seduzindo o individuo ao um consumo frenético.
Ele encarna vários estilos de vida e de filosofia, mas com a total ausência de valores, mas por outro lado o pós-modernismo tem a participação do publico, é de fácil compreensão e vivencia o real, o presente, o aqui e o agora.
O pós-modernismo é indefinível, mais é sensível, liberto, e ao mesmo tempo integrado, e aceito pela massa, devido a sua “simplicidade” e facilidade de expor o seu significado. '
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Poesia Heterônima'

Fernando Pessoa – Heteronímia

Os heterónimos são concebidos como individualidades distintas da do autor, este criou-lhes uma biografia e até um horóscopo próprios. Encontram-se ligados a alguns dos problemas centrais da sua obra: a unidade ou a pluralidade do eu, a sinceridade, a noção de realidade e a estranheza da existência. Traduzem a consciência da fragmentação do eu, reduzindo o eu “real” de Pessoa a um papel que não é maior que o de qualquer um dos seus heterónimos na existência literária do poeta. São a mentalização de certas emoções e perspectivas, a sua representação irónica. De entre os vários heterónimos de Pessoa destacam-se: Alberto Caeiro, Ricardo Reis e Álvaro de Campos.
Segundo a carta de Fernando Pessoa sobre a génese dos seus heterónimos, Caeiro (1885-1915) é o Mestre, inclusive do próprio Pessoa ortónimo. Nasceu em Lisboa e aí morreu, tuberculoso , embora a maior parte da sua vida tenha decorrido numa quinta no Ribatejo, onde foram escritos quase todos os seus poemas, sendo os do último período da sua vida escritos em Lisboa, quando se encontrava já gravemente doente (daí, segundo Pessoa, a “novidade um pouco estranha ao carácter geral da obra”).
Não desempenhava qualquer profissão e era pouco instruído (teria apenas a instrução primária) e, por isso, “escrevendo mal o português”. Era órfão desde muito cedo e  vivia de pequenos rendimentos, com uma tia-avó.
Caeiro era, segundo ele próprio, «o único poeta da natureza», procurando viver a exterioridade das sensações e recusando a metafísica, isto é, recusando saber como eram as coisas na realidade, conhecendo-as apenas pelas sensações, pelo que pareciam ser. Era assim caracterizado pelo seu panteísmo, ou seja, adoração pela natureza e sensacionismo. Era mestre de Ricardo Reis e Álvaro de Campos, tendo-lhes ensinado esta “filosofia do não filosofar, a aprendizagem do desaprender”.
São da sua autoria as obras  O Guardador de Rebanhos, O Pastor Amoroso e os Poemas Inconjuntos.
Ricardo Reis nasceu no Porto, em 1887. Foi educado num colégio de jesuítas, tendo recebido, por isso, uma educação clássica (latina). Estudou (por vontade própria) o helenismo, isto é, o conjunto das ideias e costumes da Grécia antiga (sendo Horácio o seu modelo literário). A referida formação clássica reflecte-se, quer a nível formal, quer a nível dos temas por si tratados e da própria linguagem utilizada, com um purismo que Pessoa considerava exagerado.
Apesar de ser formado em medicina, não exercia. Dotado de convicções monárquicas, emigrou para o Brasil após a implantação da República. Caracterizava-se por ser um pagão intelectual lúcido e consciente (concebia os deuses como um ideal humano), reflectia uma moral estoico-epicurista, ou seja,  limitava-se a viver o momento presente, evitando o sofrimento (“Carpe Diem”) e  aceitando o carácter efémero da vida.
Álvaro de Campos, nasceu em Tavira em 1890. Era um homem viajado. Depois de uma educação vulgar de liceu formou-se em engenharia mecânica e naval na Escócia e, numas férias, fez uma viagem ao Oriente (de que resultou o poema “Opiário”). Viveu depois em Lisboa, sem exercer a sua profissão. Dedicou-se à literatura, intervindo em polémicas literárias e políticas. É da sua autoria o “Ultimatum”, manifesto contra os literatos instalados da época. Apesar dos pontos de contacto entre ambos, travou com Pessoa ortónimo uma polémica aberta. Protótipo da defesa do modernismo, era um cultivador da energia bruta e da velocidade, da vertigem agressiva do progresso, de que a Ode Triunfal é um dos melhores exemplos, evoluindo depois no sentido de um tédio, de um desencanto e de um cansaço da vida, progressivos e auto-irónicos.
Representa a parte mais audaciosa a que Pessoa se permitiu, através das experiências mais “barulhentas” do futurismo português, inclusive com algumas investidas no campo da ação político-social.
A trajetória poética de Álvaro de Campos está compreendida em três fases: a primeira, da morbidez e do torpor, é a fase do "Opiário" (oferecido a Mário de Sá-Carneiro e escrito enquanto navegava pelo Canal do Suez, em março de 1914), a segunda fase, mais mecanicista, é onde o Futurismo italiano mais transparece, é nesta fase que a sensação é mais intelectualizada. A terceira fase, do sono e do cansaço, aquela que, apesar de parecer um pouco surrealista, é a que se apresenta mais moderna e equilibrada . É nessa fase em que se enquadram: "Lisbon Revisited" (l923), "Apontamento", "Poema em Linha Reta" e "Aniversário", que trazem, respectivamente, como características, o inconformismo, a consciência da fragilidade humana, o desprezo ao suposto mito do heroísmo e o enternecimento memorialista.
Destaca-se ainda o semi-heterónimo Bernardo Soares (semi "porque - como afirma o seu próprio criador - não sendo a personalidade a minha, é, não diferente da minha, mas uma simples mutilação dela. Sou eu menos o raciocínio e afectividade."), ajudante de guarda-livros que sempre viveu sozinho em Lisboa. Desde 1914 que Pessoa ia escrevendo fragmentos de cariz confessional, diarístico e memorialista aos quais, já a partir dessa data, deu o título de Livro do Desassossego - obra que o ocupou até ao fim. É neste livro que revela uma lucidez extrema na análise e na capacidade de exploração da alma humana.
Autor & Obra

Alberto Caeiro (“O Mestre”)
ü      Características temáticas
Ø   Objectivismo;
Ø   Sensacionismo;
Ø   Antimetafísico (recusa do conhecimento das coisas);
Ø   Panteísmo naturalista (adoração pela natureza).
ü   Características estilísticas
Ø   Verso livre, métrica irregular;
Ø   Despreocupação a nível fónico;
Ø   Pobreza lexical ( linguagem simples, familiar);
Ø   Adjectivação objectiva;
Ø   Pontuação lógica;
Ø   Predomínio do presente do indicativo;
Ø   Frases simples;
Ø   Predomínio da coordenação;
Ø   Comparações simples e raras metáforas.

Ricardo Reis
ü   Características temáticas
Ø   Epicurismo - procura do viver do prazer;
Ø   Estoicismo - crença de que o Homem é insensível a todos os males físicos e morais;
Ø   Horacionismo - seguidor literário de Horácio;
Ø   Paganismo - crença em vários deuses;
Ø   Neoclacissismo - devido à educação clássica e estudos sobre Roma e grécia antigas;
ü   Características estilísticas
Ø   Submissão da expressão ao conteúdo: a uma ideia perfeita corresponde uma expressão perfeita;
Ø   Forma métrica: ode;
Ø   Estrofes regulares em verso decassílabo alternadas ou não com hexassílabo;
Ø   Verso branco;
Ø   Recurso frequente à assonância, à rima interior e à aliteração;
Ø   Predomínio da subordinação;
Ø   Uso frequente do hipérbato;
Ø   Uso frequente do gerúndio e do imperativo;
Ø   Uso de latinismos ( atro, ínfero, insciente,...);
Ø   Metáforas, ufemismos, comparações;
Ø   Estilo construído com muito rigor e muito denso;
Álvaro de Campos
ü   Características temáticas
Ø   Decadentismo – cansaço, tédio, busca de novas sensações ;
Ø   Futurismo - corte com o passado, exprimindo em arte o dinamismo da vida moderna. O vocabulário onomatopaico pretende exaltar a modernidade;
Ø   Sensacionismo - corrente literária que considera a sensação como base de toda a arte;
Ø   Pessimismo – última fase, vencidismo;
ü   Características estilísticas
Ø   Verso livre, em geral, muito longo;
Ø   Assonâncias, onomatopeias (por vezes ousadas), aliterações (por vezes ousadas);
Ø   Grafismos expressivos;
Ø   Mistura de níveis de língua;
Ø   Enumerações excessivas, exclamações, interjeições, pontuação emotiva;
Ø   Desvios sintácticos;
Ø   Estrangeirismos, neologismos;
Ø   Subordinação de fonemas;
Ø   Construções nominais, infinitivas e gerundivas;
Ø    Metáforas ousadas, oxímeros, personificações, hipérboles;
            Ø   Estática não aristotélica na fase futurista.